segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Dilma completa 10 dias de governo e marca estilo.

Os dez primeiros dias do governo Dilma Rousseff foram marcados pela mudança de estilo no Planalto. Dilma parece conseguir imprimir seu modo operante e sua forma de conduzir os problemas do nosso país.
Longe da imprensa e de polêmicas, como a disputa por cargos, bíblias e crucifixos, ela tem se mostrado discreta inclusive na condução de “encrencas” tão comuns em inicio de governo. Não gostou das declarações do general José Elito de Carvalho Siqueira, ministro do Gabinete de Segurança Institucional. Guido Mantega foi outro que experimentou a sensação de ter uma chefe infeliz com seu comportamento. Relatos dão conta que ambos levaram um “puxão de orelha”.
Como que decidida a seguir a máxima de que “roupa suja se lava em casa” não externou ao grande público seus descontentamentos.
A imprensa que no ano passado tentava provar que Dilma nada mais era que uma marionete de Lula, agora povoa seus jornais e sites com reportagens que demarcam as diferenças de estilo.
Estilos diferentes que avançam no mesmo projeto político. O presidente Lula foi muito bem sucedido nas áreas econômica e social. Dilma naturalmente avançará nessas áreas, porém irá dar saltos de qualidade em áreas de infra-estrutura, educação e saúde. O estilo de Dilma, técnico e centrado, favorece esse processo e projeta o país em um novo patamar. Acredito que ela buscará amadurecer e realizar todas as reformas necessárias ao crescimento de nosso país.
A impressão que fica depois de 10 dias de governo Dilma é que estamos nas mãos de uma mulher extremamente competente, decidida, forte e que não sucumbirá fácil a fisiologismos.

E Lula?

Nesses 10 dias de governo de Dilma ele não foi esquecido por alguns segmentos da sociedade como bem aponta o grande jornalista Ricardo Kotscho
aqui. Parecem decididos a desidratar o presidente com quase 90% de aprovação. Imagino que seja medo do futuro que Lula pode ter e o quanto ele ainda pode fazer a diferença para o Brasil e para o mundo. Não sou entusiasta da volta dele em 2014, porém tenho certeza que ele terá papel fundamental no debate de reformas e avanços políticos no país.



Julio Rodrigues é publicitário e mora em Indaiatuba/SP.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

O "cala boca" da imprensa.

No último sábado, 18/9, a cidade de Campinas foi palco de uma verdadeira festa democrática. Estavam no município Dilma, Lula, Mercadante, Marta Suplicy, Netinho e outros candidatos do PT e dos partidos aliados. Uma multidão esperava ansiosa o início do comício; bandeiras balançavam ao vento, camisetas expressavam o motivo da ida ao local: era por uma sociedade mais justa e igualitária que todos estavam presentes.

Mesmo com algumas horas de atraso, a multidão manteve-se atenta a cada discurso dos presentes no Largo do Rosário, centro de Campinas. Todos abordaram um tema em comum: as conquistas sociais e econômicas do governo Lula, que cada um dos presentes pode sentir em sua vida.

O presidente Lula demonstrou bom humor durante boa parte do evento. Em um desses momentos, disse a seus aliados-candidatos que eles deveriam estar no meio do povo, pois é lá que se consegue o apoio da população. Tratava-se de clara brincadeira, evidenciada por meio da entonação da voz e dos já tão conhecidos trejeitos de Lula. Mas, quando falamos em interesses comerciais, a imprensa parece colocar de escanteio o velho e bom discernimento. Vejam o que disse o jornalista Ricardo Fernandes, no portal Cosmo Online*:

Durante seu discurso, Lula irritou-se com a quantidade de candidatos presentes no palanque. 'Queria saber quem permitiu que tanta gente subisse'. Para o Presidente, 'lugar de candidato é no meio do povo', disse.

São matérias como esta, com claro objetivo de distorcer a realidade, que irritaram de fato o presidente. Ele manifestou seu descontentamento por diversas vezes:

“Se mantenham tranquilos, porque outra vez, Dilma, nós não vamos derrotar apenas os nossos adversários tucanos. Nós vamos derrotar alguns jornais e revistas que se comportam como se fossem partido político e não tem coragem de dizer que são partido político, que têm candidato e não têm coragem de dizer que têm candidato, que não são democratas e pensam que são”.

Falou também sobre a revista Veja:

"Eu fico vendo algumas revistas que vão sair na semana, sobretudo uma que não sei o nome dela, parece 'óia', nordestino falaria 'ói' . Ela destila ódio e mentira”

Sabemos, o presidente tem inúmero motivos para tanta indignação. Com o pleito cada vez mais próximo, “nunca na história desse país” houve tantas denúncias, tantas ilações sem provas. Mera coincidência? Difícil acreditar. Mas não é esse o fato que pretendemos abordar, e sim a hipocrisia do discurso de liberdade de imprensa dos meios.

Logo após o fim do comício, percebeu-se uma pequena movimentação na lateral esquerda do palco. Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais, respondia a perguntas de jornalistas sobre a última denúncia da revista Veja, que associou, sem nenhuma prova, um esquema de pagamento de propina na Casa Civil à compra do medicamento Tamiflu. A coletiva, naturalmente, gerou a curiosidade dos militantes, alguns inclusive protestaram. A maioria dos jornalistas presentes demonstrou claro descontento com aquelas manifestações, pacificas e educadas, mas incômodas. Rircardo Galhardo, do portal iG, foi um deles, mandando um sonoro “cala a tua boca!” para uma senhora que dizia “lá vem mais denúncia”, utilizando de seu sagrado direito de expressão.

Por que tanta irritação? A resposta é simples: muitos jornalistas não admitem ser criticados, indo na contramão do discurso hipócrita de liberdade de imprensa (e a liberdade de expressão?) que tanto gostam de declamar. Para isso, basta uma crítica a seu denuncismo sem provas ou a sugestão de qualquer meio de fiscalização para que, do alto de sua arrogância, repitam o mesmo “blá, blá, blá” de sempre. Já o governo, não, necessita de observação contínua, leis cada vez mais duras e fiscalização da sociedade. Por que essa dicotomia? “Dois pesos e duas medidas”? É o corporativismo, que tanto prejudica a autocrítica em várias profissões, arrasando o jornalismo sério e comprometido com a verdade.

Merece destaque, também, outra atitude de Ricardo Galhardo. Irritado com as manifestações dos presentes, o jornalista pressionou a Secretária de Campanha de Dilma: “você tem que controlar seus representantes!”. A pergunta que não quer calar: desde quando simpatizantes de um governo representam um partido ou candidato? Essa fala demonstra bem a tentativa contínua da imprensa em atribuir ao PT (e ao governo) a responsabilidade pelas ações de cada simpatizante ou filiado. E olha que eles são inúmeros! Não possui a menor lógica.

Assim como não possui lógica a cobertura dessas eleições. Na verdade possui, mas é uma lógica oculta, mascarada por uma falsa imparcialidade e pela defesa dos direitos do cidadão. Esse mesmo cidadão que, quando se manifesta contrário a “opinião pública”, é induzido a “calar a boca”. Uma atitude hipócrita, que não permite a discussão real sobre a ética na profissão. A proteção sobre o sigilo da fonte, por exemplo, é altamente questionável. O que nos garante a existência da fonte? Em países como Canadá, esse privilégio tem limites. No Brasil não. Tudo o que foi relatado neste artigo foi vivenciado pelos autores. Não há nenhum “disse que me disse”, provando que vivemos em uma sociedade democrática, mas também em uma “ditadura midiática”. E não há nenhum exagero nessa afirmação. Que Deus nos proteja das falsas verdades.

Thomas Marinho e Julio Rodrigues moram em Indaiatuba (SP) e são publicitários.

*Fonte: http://cosmo.uol.com.br/especiais/eleicoes_2010/noticias.php?caminho=/2010/09

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Chile escolhe direita.

O Chile elegeu ontem Sebastián Piñera para a presidência do país. A direita depois de 20 anos voltará a governar este país que sofreu nos anos de ditadura Pinochet.

Com discurso moderado e política econômica praticamente idêntica a de Bachelet, Piñera conquistou a confiança de 52% de eleitores e derrotou o candidato e ex-presidente Eduardo Frei, representante da centro-esquerda.


Sebastián Piñera (divulgação)

Sebastián Piñera tem 60 anos, é um empresário rico, economista formado em Harvard e deve seguir os passos da política econômica de Bachelet, porém o foco de Sebastián Piñera é a criação de empregos e a reforma de processos com o objetivo de diminuir a corrupção do país. A esquerda é tida como ineficiente no âmbito administrativo. Critícas de sempre!

O que me preocupa é acreditar que o país perde muito no campo social com a vitória da Piñera. O novo presidente é um representante da elite chilena e é difícil imaginar que um governo que tenha como mandatário um homem rico possa olhar com afinco para os pobres. Direita é direita em qualquer lugar do mundo e obviamente pode-se esperar um comportamento de direita do novo governo.


Apoiadores de Piñera comemoram vitória. (Foto: Martin Bernetti)

Só seria loucura pensar que Sebastián Piñera lembrará em alguma coisa o ditador Augusto Pinochet. Isso não. Não cabem mais comportamentos ditatoriais no inteligente e moderno Chile. É esperar para saber se essa foi uma escolha acertada. O que posso desejar é boa sorte. O Chile merece!

segunda-feira, 8 de junho de 2009

É só uma passagem

No último dia 25 o Guilherme, um colega muito especial da FCA (Faculdade de Comunicação e Artes de Salto), faleceu num trágico e triste acidente de carro. Era um colega mesmo. Nossa relação era cordial e de cumprimentos, sem aprofundamento, mas mesmo com esse contato tão pueril era claro nele uma energia positiva e alegre, energia essa que só pessoas do bem possuem. E quem o conhecia na intimidade pôde relatar isso numa homenagem emocionada no dia 27 na própria FCA. Com aqueles relatos percebemos o quanto ele era especial e divertido, o quanto tinha amigos fiéis que o amavam e o quanto havia deixado uma mensagem boa aqui neste mundão! A última vez que o vi, ele estava conversando com umas amigas e como sempre nos cumprimentamos e depois daquilo, acabou! Nunca mais voltaria a vê-lo.

Na segunda-feira (01), diante da notícia do desaparecimento do avião da Air France não pude deixar de pensar como a vida é uma passagem e apenas isso. É inacreditável pensar que horas antes essas pessoas estavam bem, se despediram de seus familiares e amigos e se foram. Para nunca mais voltar! É assustador, triste! Pais, filhos, irmãos. Todos com alguma história. Importantes na vida de alguém, amados por alguém. Assim como o Guilherme.

Diante dessas tragédias comecei a repensar todas as minhas atitudes, repensar minha vida e o que estou fazendo com ela. Pensei como trato minha mãe, meus amigos, meus irmãos e meu sobrinho. Pensei ainda nas pessoas com o qual nem tenho contato, e nem procuro ter, e que são ligados a mim: pai, outros sobrinhos, primos, avós e tios. Pensei em como a gente pode perder uma pessoa que ama, do nada, sem dizer a ela o quanto a ama. Pensei em como a vida pode não dar chances para voltar atrás, para esquecer as diferenças, para fazer da vida mais leve.

Em mim nasceu uma vontade enorme de ser melhor, de fazer minha vida uma coisa mais bacana e de cultivar da melhor forma possível minhas relações, afinal é apenas isso que levamos e deixamos aqui.

Aos familiares e amigos do Gui e dos que se foram no voo 447 minha energia mais positiva e meus sentimentos mais que tristes e sinceros.

domingo, 18 de janeiro de 2009

Demais

“Maysa — Quando fala o coração”, minissérie que teve seu ultimo capítulo apresentado na última sexta-feira (16), falou mesmo ao coração, como o subtítulo propunha.

Em um roteiro muito bem amarrado pelo sempre ótimo Manoel Carlos, e por Ângela Chaves, a história não se perdeu em nenhum momento e não caiu em facetas burocráticas, felizmente não foi frio.

Foi uma minissérie que por não se prender á uma narrativa linear, trouxe ao vídeo a desordem da própria Maysa, trouxe ainda uma personagem humana, de verdade, com sentimentos, sentimentos esses que muitas vezes a intempestiva Maysa não demonstrava com tanta facilidade.

O filho, Jayme, na direção com certeza teve o cuidado de aliviar a “barra” de uma figura já tão polêmica e julgada como Maysa, e trouxe mais sutileza a ela, numa forma linda de homenageá-la. Mas foi corajoso e demonstrou que Maysa era Maysa, e ponto.

Larissa Maciel, a Maysa, deu show de interpretação e esteve ótima o tempo todo, foi Maysa sem perder a personalidade, deixando sua marca registrada. Destaque também para Eduardo Semerjian, o André Matarazzo, firme, claro, um ótimo ator. Destaque ainda para o Mateus Solano, o galanteador Ronaldo Bôscoli, divertido e cruel. Perfeito.
O elenco todo esteve ótimo, deram aula de interpretação e emoção.

A minissérie teve ainda mais um grande mérito: trouxe a obra da grande Maysa para o “cartaz”. Quem já conhecia lembrou com nostalgia das lindas canções, e quem não conhecia passou a admirar o trabalho desta que com certeza está no rol das grandes cantoras do Brasil. O gênio de Maysa teve menor importância que a obra de Maysa.

E ainda fica a reflexão para os críticos da personalidade da cantora: Jayme o filho perdôo a mãe, e isso é o mais importante. Quem somos nós para julgá-la?

Arrisco-me a dizer que esta foi à melhor minissérie que eu já vi.
De verdade, tocou meu coração.



sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Hi!

Estive ausente durante um bom período, tenho certeza que perceberam! :P

E neste período pensei muito sobre o que poderia escrever de bom, pensando num retorno a altura da meia dúzia de leitores deste blog...hehe.

Mas não tive sucesso em minhas reflexões.

Nenhum assunto bárbaro me veio à mente, portanto este post será mais um “estou aqui” do que para tratar de algum assunto de interesse geral.

Ah, pensei também em segmentar o blog para algum assunto mais especifico: política, atualidades, variedades, música, publicidade, sei lá, mas decidi não ficar preso a essas convenções, porque ficar preso não é comigo. Portanto esse blog continuará essa miscelânea que cá está.

Só queria mesmo falar um oi, e dizer que vou tentar ser mais presente nas atualizações deste blog, muito mais para minha alegria e bem-estar do que para qualquer outra coisa.

Quando escrevo no blog é sinal de que algo está bem dentro de mim, de que de alguma forma quis me comunicar com um mundo maior, mais cheio de perspectivas. Este blog é meu mundo, onde eu posso fazer das minhas opiniões algo conhecido e discutido.

Bom é isso!

Até a próxima! :)

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

“Não sou o presidente Bush”

Enfim MCcain reagiu! Tive a oportunidade de assistir alguns trechos do debate entre Barack Obama e John MCcain ontem a noite, e o que vi foi uma reação do até então cansado veterano de guerra. Nos debates anteriores MCcain me pareceu estático, sem reação, imaginando uma possível vitória de seu adversário. Ontem não! Ontem ele me pareceu mais confiante, mais desafiador, até mais motivado.
Manteve Obama na defensiva, e colocou a “pulga” da desconfiança nos americanos ao lembrar o envolvimento de Obama com William Ayers, fundador de um grupo responsável por atentados contra o Pentágono e o Congresso nas décadas de 60 e 70. Obama por sua vez não parecia confortável como nos outros debates, e quando se sentia encurralado fixava seu olhar à câmera, e não para seu adversário como nos debates anteriores.

MCcain ainda deu o tom ao debate quando enfim disse: “"Senador Obama, não sou o presidente Bush. Se o sr. quisesse ter concorrido contra o presidente Bush, deveria ter concorrido há quatro anos", afirmou.
Ponto para MCcain! Se descolar de Bush e demonstrar que é um “republicano rebelde” nessa altura do campeonato, faltando apenas 19 dias para a eleição, é fator importantíssimo para uma tentativa de virada do Senador do Arizona.
Além disso, esse formato beneficiou MCcain, pois suas limitações físicas são desconfortáveis ao olhar, mesmo que inconscientemente.

Mas Obama não desceu do pedestal, ficou nervoso sim, mas manteve sua postura de grande orador, e não cometeu nenhuma gafe. Ele sabe falar, e como falar. É mais sagaz, sabe usar o vídeo. Mas não acredito em sua sinceridade!

Acho-o conveniente demais. Prefiro MCcain que é a favor do etanol brasileiro, tem posições mais claras. É a favor de guerras? Sim, mas é imensamente mais flexível que Bush, e por ser mais flexível tem que conviver com as criticas dos republicanos mais ferrenhos que o tacham de “liberal demais”. E essa questão de guerra é uma cultura predominante nos norte-americanos, tanto é assim, que Obama também já disse em algumas oportunidades que poderia mandar tropas ao Paquistão para procurar terroristas.

Enfim, MCcain me parece mais sincero, é conservador, mas assume suas posições, é mais coerente, tem maior conhecimento em política externa, e não joga com as palavras e multidões como Obama. Não acredito em Obama, e nem na capacidade dele de ser um bom presidente para os EUA.
Prefiro o veterano de guerra MCcain, do que o pop star político do momento Obama.